Há 139 anos, no dia 1º de maio de 1886, os trabalhadores de Chicago, nos Estados Unidos, deram início a uma das mais emblemáticas jornadas de luta da classe trabalhadora mundial. Exigindo a jornada de 8 horas de trabalho, enfrentaram a repressão brutal, pagaram com sangue, prisão e até suas vidas — mas deixaram um legado inapagável. O exemplo daqueles bravos operários incendiou consciências e acendeu a chama das mobilizações ao redor do planeta. Nascia, assim, o 1º de Maio como o Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores.
Desde então, cada avanço, cada direito conquistado, foi fruto de organização, resistência e mobilização. Nada foi dado — tudo foi conquistado com suor, coragem e unidade da classe trabalhadora.
Direitos como o salário mínimo, cesta básica, 13º salário, licenças maternidade e paternidade, vale-transporte, vale-refeição, assistência médica, jornada regulamentada, descanso semanal, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), as Normas Regulamentadoras (NRs), entre tantos outros, são frutos de muitas lutas, greves e enfrentamentos. Tudo isso só foi possível porque milhões de trabalhadores e trabalhadoras se organizaram e lutaram.
Nos últimos anos, porém, enfrentamos um dos períodos mais sombrios para os direitos trabalhistas no Brasil. As chamadas “reformas” trabalhista e previdenciária representaram um duro golpe, com perdas históricas que nos levaram a um verdadeiro retrocesso de mais de um século. Os responsáveis por essas medidas — confortavelmente instalados em seus cargos, com salários altos e privilégios — diziam que os trabalhadores tinham “direitos demais e deveres de menos”.
Enquanto isso, o salário mínimo perdeu poder de compra, a inflação corroeu a renda, e muitos brasileiros enfrentaram a fome. Vimos filas por ossos e restos nos frigoríficos, famílias tendo que escolher entre o gás de cozinha e o alimento. E ainda tivemos que defender a própria democracia contra tentativas explícitas de golpe.
Recentemente, mudanças positivas só foram possíveis graças à mobilização popular que disse um claro “não” ao desmonte da saúde, da educação e dos direitos sociais. Mas aprendemos com a história: não basta resistir. É preciso avançar. Não queremos apenas recuperar o que nos tiraram — queremos mais!
No comércio, a luta é intensa. Enfrentamos o perigoso Projeto de Lei 851, que tenta impor a abertura das lojas 24 horas por dia, aprofundando a exploração da mão de obra. Já derrotamos uma versão anterior, o PL 467, e com mais luta vamos enterrar esse novo ataque. Também nos unimos à luta nacional contra a escala 6×1, que ameaça a qualidade de vida dos trabalhadores.
Hoje, como os bravos de Chicago, voltamos a levantar nossas bandeiras:
- Pela redução da jornada de trabalho!
- Por melhores salários e condições dignas de trabalho!
- Por mais direitos e benefícios que promovam saúde, bem-estar, educação e cultura para os trabalhadores e suas famílias!
- Contra a terceirização sem limites, a pejotização e a precarização que vem com a “uberização” do trabalho!
Nossa saudação vai para todos os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil — das grandes cidades, dos interiores e das zonas rurais. Em especial, aos valorosos comerciários e comerciárias de todo o país, que resistem, lutam e constroem o Brasil dia após dia.