A primeira mulher registrada no livro de associados da União dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte foi Erna Wilke, com número 102, em 21 de julho de 1925. Aos 18 anos, ela trabalhava como escriturária na Padaria Brasil, localizada na Avenida Afonso Pena. Antes disso, na segunda reunião da União, realizada em 2 de julho de 1925, duas mulheres já apareciam como sócias-fundadoras: Maria das Mercês e Loly Cotta.
A primeira mulher contratada pelo Sindicato foi Carlina de Freitas, admitida entre 18 e 25 de agosto de 1925. Ela assumiu o cargo de datilógrafa e auxiliar de secretaria, com um salário mensal de 150$000 (cento e cinquenta mil réis), para atender às demandas administrativas decorrentes da criação da sede da União dos Empregados no Comércio (U.E.C.).
Entre 1925 e 1926, foram formadas duas Comissões de Moças. A primeira, criada em 1925, tinha como objetivo captar novos sócios em preparação para as festividades de 30 de outubro. A segunda, organizada em 1926, foi constituída para dialogar com uma sócia que solicitou desligamento da União, com o intuito de entender suas razões e buscar uma solução para mantê-la associada.
REGISTRO DE MULHERES COMERCIÁRIAS – Dados coletados no primeiro livro de registro de sócios, que abrange o período de 1925 ao início de 1933, revelam que, em um universo de aproximadamente 3.000 associados, 172 eram mulheres. A mais jovem tinha 13 anos, e a mais velha, 41, com a maioria concentrada na faixa etária de 17 a 20 anos. As profissões mais comuns entre as associadas eram caixa e datilógrafa. Até completar 18 anos, as jovens eram registradas como aspirantes, enquanto as proprietárias de estabelecimentos comerciais eram automaticamente categorizadas como contribuintes.
Nos últimos meses de 1932, houve um expressivo aumento no número de filiações de mulheres, possivelmente impulsionado pelas conquistas alcançadas no dia 30 de outubro daquele ano, após uma grande manifestação de comerciários e comerciárias no Rio de Janeiro. Esse movimento marcou um momento significativo na história da participação feminina na União.
As mulheres sempre foram pilares essenciais na luta por direitos e igualdade no ambiente de trabalho. Suas contribuições ao Sindicato dos Comerciários de Belo Horizonte e Região (SECBHR) enriqueceram a entidade, trazendo perspectivas únicas e fortalecendo a busca por condições mais justas para todos os comerciários. Sua presença não apenas ampliou a representatividade, mas também impulsionou avanços significativos nas negociações coletivas, garantindo direitos específicos e promovendo a equidade no ambiente laboral.
Neste Mês da Mulher, o SECBHR reforça seu compromisso com a valorização e reconhecimento dessas mulheres que, com coragem e determinação, contribuíram e continuam contribuindo para um ambiente de trabalho mais justo e igualitário. Ao longo de março, o Sindicato promoverá uma campanha especial para celebrar essas trajetórias e conquistas, convidamos o público a acompanhar as publicações que destacarão a importância da representatividade feminina no movimento sindical.
Fonte: Centenário de Notícias | Volume 01 |1925 – 1929 – BARRETO, Maurício.