Em 1886, os trabalhadores de Chicago (Estados Unidos), deflagraram uma gigantesca luta pela redução da jornada para 8 horas de trabalho, entre outras demandas.. Essa luta se alastrou por todo o país e chamou a atenção de todo mundo. Assim, iniciaram uma jornada e levantaram labaredas que seguem acesas até os dias atuais. O 1º de maio de 1886 é um marco histórico porque os trabalhadores declaram através de seus atos que a conquista e defesa dos seus direitos seria obra da luta de sua classe.
Ao longo de 137 anos de duras batalhas, revezes e conquistas, resistência e avanços, seguimos elevando alto as bandeiras que unem os trabalhadores de todos os países e que no primeiro de maio ecoam em todo o mundo.
Atravessamos anos difíceis, sob duros ataques. As “reformas” trabalhista e da previdência representaram revezes para os trabalhadores e para a população de um modo geral.
Com a “reforma” trabalhista, os inimigos dos trabalhadores tinham um duplo objetivo. Primeiro, mutilar e retirar conquistas históricas como a regulamentação da jornada, 13º salário, deteriorar ao máximo as condições de trabalho, impor a terceirização em larga escala (inclusive nas atividades fim), mutilar e por fim a CLT, impor o negociado sobre o legislado. E o segundo e nefasto objetivo: estrangular as finanças dos sindicatos, dificultando e tentando impedir a organização dos trabalhadores. Dessa forma tentaram, a todo o custo, minar a resistência aos ataques sucessivos.
Tentaram acabar com o Ministério do Trabalho, o colocaram sob a tutela do “Ministério da Economia”, sangraram as Superintendências Regionais do Trabalho (Delegacias Regionais), sucatearam suas estruturas de fiscalização.
O movimento sindical seguiu enfrentando mil dificuldades. Muitos sindicatos chegaram ao ponto de fechar as portas. Outros tiveram que reduzir drasticamente sua estrutura, vender prédios e parte de seu patrimônio, mergulhar em dívidas para manter sua atividade.
Participamos de fóruns e debates junto a outros sindicatos, sempre sustentando que deveríamos atravessar os momentos de dificuldades com unidade e luta.
Com a vitória do presidente Lula nas últimas eleições, vislumbramos a possibilidade de, das cinzas e escombros, reerguer aquilo que foi golpeado e destruído ao longo dos últimos anos. E é isso que vamos fazer.
Temos consciência de que com essa vitória da democracia, não devemos simplesmente esperar. Mas temos uma rajada de luz e ar puro para agir!
Presidente do Sindicato dos Comerciários de Belo Horizonte e Região
